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Conferencia Ibero americana sobre Protecao Radiologica em Medicina Cipram

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Tema

Ciências

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Grau acadêmico

Ensino Médio

Ano académico: 2017/2018

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Textos publicados numa edição especial

da revista RADIOPROTECCION dedicada

à Conferência Ibero-americana sobre

“Proteção Radiológica em Medicina

(CIPRaM)”

INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLIGICAL PROTECTION

Foro Iberoamericano de Organismos Reguladores Radiológicos y Nucleares

International RadiationProtection Association

Textos publicados numa edição especial

da revista RADIOPROTECCION dedicada

à Conferência Ibero-americana sobre

“Proteção Radiológica em Medicina

(CIPRaM)”

Índice

  • Introdução
  • Apresentação
  • Visão histórica global sobre a Proteção radiológica em medicina
    • (CIPRaM) Conferência Ibero-americana sobre Proteção Radiológica em Medicina
  • Sessão “Radiodiagnóstico Médico e Radiologia Dentária”
  • Sessão “Intervencionismo guiado por imagens”
  • Sessão “ Medicina Nuclear”
  • Sessão “Radioterapia”
    • Enfermagem Sessão Técnicos em Imagem Médica e Radioterapia e Pessoal de
  • Sessão “Autoridades Reguladoras de Saúde e Proteção Radiológica
  • Sessão: “Especialistas em Física Médica e em Proteção Radiológica
  • Sessão Universidades e Investigação

Apresentação

Conferência Ibero-americana sobre Proteção Radiológica em Medicina

Eliseo Vañó (Comisión Internacional de Protección Radiológica, ICRP, Comité de Protección en Medicina) y Maria del Rosario Perez (Organización Mundial de la Salud- OMS)

É com muito prazer que apresentamos este suplemento da Revista RADIOPROTEC- CION dedicado à Conferência Ibero-americana sobre Proteção Radiológica em Medicina (CIPRaM), celebrada em Madrid, Espanha, nos dias 18 a 20 de outubro de 2016.

O primeiro artigo deste suplemento dá-nos uma visão histórica global sobre a proteção radiológica em medicina desde o início do século passado até à atualidade, em cujo contexto teve lugar a CIPRaM. Duas conferências internacionais –Málaga 2000 e Bona 2012– estabeleceram marcos nesta matéria. Nesse mesmo período, teve lugar a revisão das normas básicas de segurança radiológica internacionais e europeias, que reforça- ram significativamente os requisitos de segurança ao nível das exposições às radiações ionizantes em medicina.

A CIPRaM foi o resultado do trabalho conjunto de oito entidades, incluindo seis orga- nizações internacionais de âmbito global e regional - a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-americana da Saúde (OPS), o Organismo Internacional de Energia Atómica (OIEA), a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP), a Associação Internacional de Proteção Radiológica (IRPA) e o Fórum Ibero-americano de Organismos Reguladores Radiológicos e Nucleares (FORO) –e duas instituições espa- nholas– o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) e o Ministério da Saúde, Serviços So- ciais e Igualdade (MSSSI). Estas oito entidades acordaram organizar conjuntamente uma conferência para promover nos países ibero-americanos a aplicação das novas normas básicas de segurança radiológica no setor sanitário, e apoiar a implementação das dez ações prioritárias identificadas na “Chamada de Bona para a Ação”.

Um total de onze representantes das entidades coorganizadoras, que tinham sido membros da Comissão Coordenadora e da Comissão Organizadora, aos quais se juntaram dezoito especialistas de onze países que integraram a Comissão da PR, trabalharam du-

Visão histórica global sobre a Proteção radiológica em medicina

em medicina

Pedro Ortiz López1,2 , Ola Holmberg 2 , Peter Johnston 2 1 Comisión Internacional de Protección Radiológica (ICRP) 2 Organismo Internacional de Energía Atómica (OIEA)

  • Pedro Ortiz Lopez portizlopez@gmail

Resumen

El uso de la radiación ionizante produce grandes beneficios en el diagnóstico por imagen y en la radioterapia. Los efectos adversos de la radiación se observaron en las aplicaciones médicas desde el comienzo. Por ello, en el segundo Congreso Internacional de Radiología (ICR), celebrado en Estocolmo en 1928, se estableció lo que ahora se conoce como la Comisión Internacional de Protección Radiológica. Durante 22 años las publicaciones de la ICRP se dedicaron principalmente a la protección ocupacional y del público en medicina, pero la protección de los pacientes estuvo excluida hasta 1966. También estuvo excluida de las normas internacionales establecidas por el OIEA hasta 1996. A partir de entonces, se viene desarrollando una intensa actividad internacional en la protección de los pacientes. Ello culminó con la primera conferencia internacional en Málaga, en marzo de 2001, de la cual surgió el Plan de Acción Internacional, bajo el cual se desarrolló una serie de actividades coordinadas. Diez años después de la aprobación del Plan se celebró en Bona la segunda conferencia en Bona, 2012, que abarcó toda la protección radiológica en medicina y que dio lugar al “Llamamiento de Bona a la Acción”. Este llamamiento, además de identificar diez medidas prioritarias, pone énfasis en armonizar las actividades entre organizaciones internacionales, aso- ciaciones profesionales, organismos reguladores nacionales de protección radiológica y autoridades sanitarias, así como organizaciones representativas de los pacientes. El resultado de todo esto se va a revisar en la tercera conferencia que se va a celebrar en Viena en 2017.

PALABRAS CLAVES: exposiciones médicas, protección radiológica del paciente, historia de la protección radiológica

Resumo

O uso da radiação ionizante traz grandes benefícios no diagnóstico por imagem e na radioterapia. Os efeitos adversos da radiação foram observados nas aplicações médicas desde o começo. Por isso, no segundo Congresso Internacional de Radiologia (ICR), realizado em Estocolmo em 1928, foi estabelecida a hoje denominada Comissão In- ternacional de Proteção Radiológica. Durante 22 anos, as publicações da ICRP foram dedicadas principalmente à proteção ocupacional e à do público em medicina, estando a proteção dos pacientes excluída até 1966. Até esse mesmo ano, a proteção do pa- ciente também esteve excluída das normas internacionais estabelecidas pela IAEA. A partir dessa data, vem sendo desenvolvida uma intensa atividade internacional para a proteção dos pacientes. Isto levou à realização da primeira conferência internacional em Málaga, em março de 2001, da qual surgiu o Plano de Ação Internacional, sob o qual foi desenvolvida uma série de atividades coordenadas. Dez anos depois da aprovação do Plano, foi celebrada a segunda conferencia em Bona, em 2012, que abrangeu toda a proteção radiológica em medicina e deu lugar ao “Chamado de Bona para a Ação”. Este chamado, além de identificar dez medidas prioritárias, enfatiza a necessidade de harmonizar as atividades entre organizações internacionais, associações profissionais, organismos reguladores nacionais de proteção radiológica e autoridades sanitárias, assim como organizações representativas dos pacientes. O resultado de tudo isto será revisado na terceira conferencia, a realizar-se em Viena em 2017.

PALAVRAS CHAVES: exposição médica, protecção contra as radiações dos pacientes, história de protecção contra as radiações.

Os primeiros tempos

A medicina esteve ligada à radiação desde a descoberta dos raios X por W. C. Röntgen, em 1895. Os primeiros efeitos adversos da radiação verificaram-se em investigadores e no pessoal que tirava as radiografias. Após a identificação da radiatividade por H. Becquerel, em 1896, e a posterior descoberta do rádio pelos esposos Curie em 1898, registaram-se novas radiolesões. Contudo, estes efeitos não desejados sugeriram a ideia de que seria possível causar danos tissulares intencionados, o que abriu o caminho à radioterapia (Lindell, 1996 e Clarke 2005). Os primeiros tratamentos de doentes com cancro tiveram lugar na Suécia, em 1899 (Mould, 1993). No segundo Congresso Internacional de Radiologia (ICR), celebrado em Estocolmo, em 1928, estabeleceu-se o que agora conhecemos como a ICRP1,, cujo nome inicial era “Comissão para a pro- teção contra os raios X e o rádio”. Rolf Sievert foi o seu primeiro presidente, com 28 anos de idade (Lindell de 1996, Clarke 2005). As primeiras recomendações da outrora Comissão foram publicadas em 1928, e estavam focadas nos profissionais que traba- lhavam com radiodiagnósticos e radioterapia. Nos 22 anos posteriores, o trabalho da Comissão (1928-1950) centrou-se principalmente na proteção radiológica ocupacional e do público, em medicina.

1 ICRP são as siglas em inglês da atual Comissão Internacional de Proteção Radiológica

até à edição de 1996. Desde então, a proteção do paciente é uma parte importante das normas internacionais.

A edição de 2014 das BSS baseia-se, entre outros aspetos, nas recomendações mais recentes do ICRP (ICRP, 2007), incluindo, designadamente, as «situações de exposi- ção planificada», «situações de exposição de emergência» e «situações de exposição existente». Os requisitos relativos à exposição médica em situações de exposição plani- ficada aplicam-se a todas as exposições médicas, incluindo as exposições previstas, as imprevistas e as acidentais. Nessa edição enfatizam-se os requisitos para as exposições médicas, e estão a realizar-se esforços para proporcionar recomendações e orientações sobre o cumprimento destes requisitos para a utilização segura da radiação na medicina, tal como se indica nas BSS. Tais recomendações incluem a publicação de um guia de segurança sobre proteção e segurança radiológica nas utilizações médicas da radiação ionizante (OIEA, na imprensa) copatrocinada pelas OIT, OMS e OPS.

As duas primeiras Conferências Internacionais

Nas décadas de 80 e 90, o interesse pela exposição médica aumentou devido aos seguintes factos: 1) estudos a grande escala sobre a qualidade da imagem e a expo- sição do paciente, levados a cabo nos EUA, na Europa e, posteriormente, em outros países, mostraram enormes diferenças nas doses para o mesmo tipo de procedimento; 2) publicações sobre graves lesões cutâneas dos pacientes submetidos a procedimentos intervencionistas e 3) o OIEA e a ICRP publicaram sinopses sobre exposições acidentais muito graves em radioterapia.

Nesse contexto, em março de 2001, celebrou-se a primeira Conferência Internacional sobre proteção radiológica dos pacientes em Málaga, Espanha. O resultado mais impor- tante da conferência foi a necessidade de formular um plano de ação, em cuja elabora- ção participaram o OIEA, a OMS, a OPS e a CE, bem como as associações profissionais envolvidas na proteção radiológica dos pacientes. Este Plano de Ação foi aprovado pelos órgãos de gestão do OIEA, em 2002, cujo propósito é garantir que a proteção radiológica seja uma parte integral da prática médica, reconhecendo os benefícios das utilizações médicas da radiação e a proteção radiológica, sem limitar esses benefícios.

No âmbito deste Plano de Ação, o OIEA realizou uma série de atividades, como a elaboração de normas e diretrizes e material de formação e capacitação, uma página Web dedicada à proteção radiológica dos pacientes (rpop.iaea), com mais de 60. visitas por mês, uma campanha internacional para melhorar o processo de justificação da exposição médica, em colaboração com a OMS, entre outros organismos, o desenvol- vimento de um método de seguimento a longo prazo da história radiológica de pacientes individuais (cartão inteligente ou “Smart card”), a aprendizagem partilhada de incidentes relevantes para a segurança em radioterapia (SAFRON) e para procedimentos interven- cionistas guiados por raios X (SAFRAD).

Em dezembro de 2008, a OMS implementou uma iniciativa global sobre segurança radiológica no âmbito sanitário, que analisa aspetos da saúde pública relacionados com o uso da radiação em medicina, e que inclui atividades na área da avaliação, gestão e comunicação do risco (Perez e Mikhail, 2015).

Passados dez anos da aprovação do Plano Internacional de Ação, celebrou-se a “Con- ferência Internacional sobre Proteção Radiológica em Medicina: Preparando o cenário para a próxima década”. A Conferência teve lugar em Bona, Alemanha, em dezembro de 2012, organizada pelo Organismo Internacional de Energia Atómica (OIEA), copatrocinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e em cooperação com outras organizações intergovernamentais, entre elas, a OPS. O principal resultado desta Conferência foi a denominada “Chamada de Bona para a Ação”, que identifica dez medidas prioritárias para melhorar a proteção radiológica em medicina.

Resumo da “Chamada de Bona para a ação”

A crescente utilização da radiação com finalidade diagnóstica, terapêutica e interven- cionista na área da medicina beneficia centenas de milhões de pessoas anualmente. Realizam-se diariamente mais de 10 milhões de procedimentos de radiologia diagnóstica e 100 procedimentos de diagnóstico de medicina nuclear. Aplica-se também diaria- mente a radiação ionizante em 14 sessões de radioterapia. Entre os temas atuais de proteção radiológica dos pacientes inclui-se o facto de que, entre os exames de diagnóstico realizados por imagem, uma parte importante dos mesmos é desnecessária. Além disso, continuam a aparecer relatórios sobre radiolesões em casos que afetam a segurança, o que aumenta a necessidade de implementar medidas de prevenção de acidentes.

Como tal, é necessária uma abordagem holística que abranja a cooperação dos gover- nos nacionais, a sociedade civil, os organismos internacionais, investigadores, educado- res, instituições e associações profissionais, para identificar, promover e aplicar soluções para enfrentar os desafios existentes e os emergentes; também se requer liderança, harmonização e coordenação das atividades e dos procedimentos a nível internacional. O principal resultado da Conferência de Bona, a denominada “Chamada de Bona para a Ação”, identifica dez medidas prioritárias para melhorar a proteção contra as radiações em medicina na próxima década. Os objetivos dessa Convocação são: a) fortalecer a proteção radiológica dos pacientes e dos profissionais de saúde em geral; b) obter o maior benefício com o menor risco possível para todos os pacientes, mediante a utilização segura e correta da radiação ionizante em medicina; c) facilitar a plena integração da proteção radiológica nos sistemas de assistência sanitária; d) ajudar a melhorar o diálogo benefício / risco com os pacientes e o público; e) melhorar a segurança e qualidade dos procedimentos radiológicos em medicina.

As dez ações prioritárias são as seguintes:

  1. Intensificar a aplicação do Princípio de justificação das exposições, mediante os critérios conhecidos como “os 3As” (do inglês “awareness, appropriateness and audit”), que significa: 1) ser conscientes da exposição ao aplicar radiação num paciente, 2) conhecer a indicação clínica dos exames por imagem e 3) realizar auditorias. Para tal, é necessário desenvolver e aplicar critérios clínicos para o correto pedido de exames de diagnóstico por imagem, fundamentados em evi- dências, e promover a utilização de meios eletrónicos para apoiar tais decisões.

  2. Reforçar a aplicação dos requisitos reguladores de segurança à escala mundial; elaborar orientações sobre como aplicar as normas básicas internacionais de segurança na assistência sanitária; estabelecer um quadro legislativo e adminis- trativo suficiente para a proteção dos pacientes, dos trabalhadores e do público a nível nacional, incluindo inspeções in situ para identificar os défices na aplicação dos referidos requisitos.

O OIEA e a OMS/OPS colaboram estreitamente para apoiar a implementação destas dez ações prioritárias nos Estados Membros. Outras organizações internacionais e as- sociações profissionais têm em consideração estas ações prioritárias ao desenvolverem os seus planos estratégicos em matéria de proteção radiológica. A próxima Conferência Internacional sobre Proteção radiológica em Medicina terá lugar em Viena, nos dias 11- 15 de dezembro de 2017. Os principais objetivos são rever a aplicação da “Chamada de Bona para a ação”, harmonizar as atividades entre organizações internacionais, órgãos profissionais, organismos reguladores nacionais de proteção radiológica e autoridades sanitárias, assim como organizações representativas dos pacientes, e analisar os novos desenvolvimentos que afetam a proteção radiológica em medicina.

Referências

Clarke, R., Valentin, J., (2005). A history of the International Commission on Radiological Protec- tion. Health Physics 88, 407–422.

European Commission, Food and Agriculture Organization of the United Nations, International Atomic Energy Agency, International Labour Organization, OECD Nuclear Energy Agency, Pan American Health Organization, United Nations Environment Programme, World Health Or- ganization, Radiation Protection and Safety of Radiation Sources: International Basic Safety Standards, IAEA Safety Series No. GSR Part 3, IAEA, Vienna (2014). Disponible en español en www-pub.iaea/books/IAEABooks/10812/Radiation-Protection-and-Safety-of-Radi- ation-Sources-International-Basic-Safety-Standards (acceso el 19 de diciembre de 2016).

ICRP, 2007. The 2007 Recommendations of the International Commission on Radiological Protec- tion. ICRP Publication 103. Ann. ICRP 37 (2-4).

Lindell, B., 1996. The history of radiation protection. Rad. Prot. Dosim. 68, 83–95.

Mould, R., 1993. A century of X rays and radioactivity in medicine: with emphasis on photographs of the early years. Inst. of Physics Publ., Bristol, PA, USA.

OPS 2010. Historia del Programa de Radiología y Proteção radiológica de la Organización Pan- americana de la Salud: 1960–2010.

OIEA, en prensa. Guía sobre protección y seguridad radiológica en usos médicos de la radiación ionizante.

Perez M and Mikhail M. The World Health Organization Global Initiative on Radiation Safety in Healthcare Settings In: Vetter RJ, Stoeva MS, editors. Radiation Protection in Medical Imaging and Radiation Oncology. Pp 325-340. Florida: CRC Press; 2015.

Conferência Ibero-americana sobre Proteção Radiológica

em Medicina (CIPRaM)

Vañó E

Presidente del Comité de Programa de CIPRaM. Comisión Internacional de Protección Radiológica (ICRP). Departamento de Radiología y Servicio de Física Médica. Universidad Complutense y Hospital Clínico San Carlos. Madrid. España.

  • Eliseo Vañó eliseov@ucm

Resumo

A proteção radiológica (PR) em medicina continua a representar um desafio importante dado o uso da radiação ionizante para o diagnóstico e terapia trazer benefícios indiscu- tíveis na prestação dos cuidados de saúde. Em dezembro de 2012, uma conferência internacional realizada em Bona sobre este tema identificou como objetivo principal definir o “cenário para a próxima década”. A “Chamada para a Ação” que resultou dessa conferência, realçou a necessidade de uma abordagem holística da segurança radiológica em medicina e de uma integração completa da PR nos sistemas de saúde. A Conferência Ibero-Americana de Proteção Radiológica em Medicina (CIPRaM) nasceu de uma iniciativa da OMS em conjunto com várias instituições espanholas. Outras or- ganizações internacionais aderiram à iniciativa. Os três objetivos principais da CIPRaM foram: a) identificar os principais problemas relativos à RP em Medicina (ordenados por ordem de prioridade); B) sugerir soluções possíveis e c) elaborar indicadores a utilizar para avaliar o progresso das soluções propostas. A CIPRaM foi organizada em 8 sessões temáticas, quatro delas relacionadas com o uso mais comum da radiação ionizante em medicina: radiologia diagnóstica, radiologia de intervenção guiada por fluoroscopia, me- dicina nuclear e radioterapia. Estas sessões foram complementadas com outras quatro sessões baseadas num tema comum: as diferentes perspetivas do PR em medicina, nomeadamente: das autoridades de saúde e de PR; dos técnicos (tecnólogos) de ra- diologia, radioterapia e medicina nuclear e enfermeiros, físicos médicos e especialistas em proteção radiológica, universidades e centros de investigação. Como resultado desta conferência foram identificados os problemas mais relevantes em PR em Medicina na

fazem que, em muitas ocasiões, os aspetos da segurança radiológica sejam relegados para um segundo lugar e não cheguem a integrar-se completamente nos sistemas sanitários.

A Conferência Ibero-americana sobre Proteção Radiológica em Medicina (CIPRaM) sur- giu como uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de duas instituições espanholas: o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) e o Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade (MSSSI), que foram os anfitriões, aos quais se juntaram de imediato a Organização Pan-americana da Saúde (OPS), o Organismo Internacional de Energia Atómica (OIEA), a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP), a Associação Internacional de Proteção Radiológica (IRPA) e o Fórum Ibero-americano de Organismos Reguladores Radiológicos e Nucleares (FORO). A mesma teve lugar no salão de atos da sede do MSSSI, em Madrid, Espanha, entre os dias 18 e 20 de outubro de 2016.

Objetivos da conferência

O principal objetivo da CIPRaM foi verificar o avanço nas ações prioritárias propostas na “Chamada de Bona para a Ação”, identificar problemas para a implementação dessas ações, propor eventuais soluções e definir indicadores de progresso. Estes objetivos da CIPRaM foram expostos como algo “novo”, que unicamente se poderia concretizar de forma conjunta, seguindo a abordagem holística sugerida no documento de conclusões da Conferência de Bona.

Sabemos bem o que é necessário fazer para melhorar a PR em Medicina. Isso ficou claramente definido em Bona e atualizar-se-á, possivelmente, na próxima Conferência Internacional a organizar pelo OIEA em Viena, Áustria, em dezembro de 2017. Mas o que nunca tínhamos feito até agora foi identificar e priorizar os problemas relevantes da PR em Medicina e sugerir soluções “na Região” (Ibero-América).

Pediu-se aos oradores essa abordagem global. Não lhes foi solicitado que expuses- sem os problemas existentes num centro concreto ou num país específico, mas sim os registados na Região. Isso implicou um esforço significativo da sua parte, uma vez que era necessário contactar colegas de outros países, com as sociedades médicas e com as organizações regionais para identificar esses problemas. Tanto os painelistas, como os assistentes à Conferência ajudaram a definir esses problemas e a sua prioridade.

Os três objetivos fundamentais propostos para a Conferência foram:

a) Identificar os problemas referentes à proteção radiológica no âmbito sanitário (por ordem de prioridade).

b) Sugerir possíveis soluções para esses problemas.

c) Formular indicadores para avaliar o progresso das soluções propostas.

Pretendeu-se que a Conferência fosse também uma oportunidade para a partilha de informações e da experiência adquirida nos últimos anos relativamente à PR em me- dicina, e estabelecer/fortalecer laços de cooperação entre os países da Ibero-América nesta área temática.

Método de trabalho (abertura e sessões temáticas)

Na sessão de Abertura proferiram-se as palavras de boas-vindas por parte dos anfi- triões, e transmitiram-se as mensagens de todas as Organizações Internacionais envol- vidas. A sessão de Abertura iniciou-se com uma perspetiva histórica global da PR em medicina, seguida da apresentação da conferência, os seus objetivos e metodologia de trabalho. O resto do programa foi agrupado em oito sessões temáticas plenárias, organi- zadas em função dos diversos setores e disciplinas, que incluíram uma exposição prin- cipal por parte de um especialista do setor/disciplina pertinente, e uma mesa redonda composta de um grupo de palestrantes, representantes das partes interessadas no setor/ disciplina em causa (“stakeholders”), seguidas, cada uma delas, de um debate em que participaram todos os assistentes.

As sessões temáticas centraram-se nas quatro áreas mais relevantes da utilização em medicina das radiações ionizantes:

  • Radiodiagnóstico médico e radiologia dentária
  • Intervencionismo guiado por imagem
  • Medicina Nuclear
  • Radioterapia

Estas sessões complementaram-se com outros pontos (problemas e contribuição para as soluções) concernentes a:

  • Autoridades Sanitárias e da PR
  • Técnicos (tecnólogos) e pessoal de enfermagem
  • Especialistas em Física Médica e Proteção Radiológica
  • Universidades e Investigação

Método de trabalho (conclusões e debate final)

Cada sessão contou com dois copresidentes, os quais dirigiram o desenvolvimento da mesma, a coordenação dos debates, a apresentação das conclusões preliminares no final da conferência, e a coordenação da preparação dos artigos que compõem o presente número da revista Proteção radiológica, publicada pela Sociedade Espanhola de Proteção Radiológica (SEPR).

Os relatores das sessões colaboraram na preparação dos resumos de cada jornada e contribuíram para identificar os aspetos mais relevantes das apresentações, debates e intervenções dos assistentes de forma a incluí-los nos artigos que compõem o presente número da Revista Proteção radiológica.

Os moderadores prepararam antecipadamente um resumo da sua visão dos proble- mas, das soluções e indicadores de seguimento das suas respetivas sessões temáticas. Os painelistas analisaram o material partilhado pelos moderadores antes da conferên- cia, e enviaram os seus comentários, sugerindo, em alguns casos, aspetos adicionais

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